quarta-feira, 23 de novembro de 2011

ANJOS: AMIGOS NOS MOMENTOS DIFÍCEIS
Quando se percorre a vida dos Santos, descobre-se uma familiaridade e uma união entre eles e os anjos. Tanto em suas vidas como na arte que os representou. É difícil ver uma imagem de um Santo sem Anjos ao seu redor. Se tivéssemos idéia do que significa a presença de um Anjo encarregado de nos proteger. Certamente teríamos encontrado o Paraíso terrestre.

Uma noite estrelada, o campo no outono, um rio, um edifício de arte, um quadro ou uma escultura proporcionam-nos uma doçura imensa. Se soubéssemos sentir a presença de nosso Anjo, poderíamos experimentar uma doçura e um consolo inigualáveis.

O CÃO GRIGIO DE DOM BOSCO
Ás vezes _ para proteger de maneira visível a pessoa que lhe foi confiada _, o Anjo da guarda pode tomar a forma de animais. Um único exemplo: o cão Grigio de Dom Bosco, que parecia nos momentos cruciais, defendendo o Santo de bandidos, assassinos e perigos de todo o tipo. Era um cão que parecia um lobo, com um metro de altura, pêlo cinza, focinho alongado e orelhas em pé.

UM FATO:
Fim de novembro de 1854. Numa noite escura e com muita neblina, Dom Bosco estava voltando do centro da cidade, mais precisamente do colégio eclesial. Para evitar ruas muito desertas, descia pela rua que vai do santuário da Consolata até a Pequena Casa da Divina Providência.
Em certo ponto, percebeu que dois homens o precediam a pouca distância, regulando o passo com o seu. Quando tentava ir para a calçada oposta a fim de evitá-los, eles logo tratavam de pôr-se a sua frente. Não havia dúvidas, eles estavam mal-intencionados.

O Santo tentou voltar para pôr-se a salvo em alguma casa próxima, mas não teve tempo, pois os dois, virando-se de frente e sem pronunciar uma palavra, o atacaram, cobrindo-lhe o rosto.

Dom Bosco fez de tudo para não se deixar dominar. Abaixando-se rapidamente, conseguiu soltar a cabeça por um instante e passou a se defender energicamente.

Os agressores então tentaram prendê-lo com mais força e, para impedi-lo de gritar por socorro, amordaçaram-lhe com um lenço.

Por sorte, no meio daquela luta mortal, enquanto o seu coração invocava o Senhor, de repente apareceu Grigio, que se pôs a latir com tanta força que mais parecia um urso enfurecido. Não contente com isso, lançou-se contra um dos malfeitores e o obrigou a largar o manto com o qual envolvia a cabeça do pobre padre, depois se jogou sobre o outro e , mordendo-o, o derrubou. Vendo isso, o primeiro tratou de fugir, mas Grigio não permitiu que o fizesse e, saltando sobre suas costas, jogou-o na lama. Feito isso, parou e , rosnando, passou a olhar ameaçadoramente para os dois patifes.

Então, de um momento para outro, a cena mudou e eles se puseram a gritar:
-Dom Bosco por caridade... diga a ele que não nos morda! Piedade, misericórdia! Chame-o por favor!
-Eu vou chamá-lo,_ respondeu o Santo_, mas vocês vão me deixar em paz.
-É claro, sem dúvida! Mas chame-o logo!
-Grigio, venha cá,_ disse Dom Bosco.
E Grigio obediente, se pôs a seu lado, deixando livres os malfeitores, que saíram em disparada.
Apesar desta inesperada defesa, Dom Bosco entrou no vizinho do Cotollengo e, passada meia hora, refazendo-se do susto, tomou a rua do Oratório acompanhado por uma boa escolta, seu querido cão Grigio.